O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, condenou o ex-presidente brasileiro por supostas corrupção e lavagem de dinheiro, aumentando a pena de 9 para 12 anos de prisão.
O analista internacional e secretário executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), Pablo Gentilli, acredita que a medida teria por objetivo impedir que Lula volte a ser presidente, afirmando que "agora está sendo jogada uma batalha dupla, a jurídica e a política".
Segundo Gentilli, a decisão era esperada, pois dois dos três membros do tribunal têm relações próximas com o juiz Sérgio Moro.
"Tudo fazia supor que iriam reconfirmar a sentença de primeira instância", disse o analista à Sputnik Mundo.
Gentilli observou que o próprio Moro admitiu não haver provas da suposta propina aceita por Lula. O especialista argentino nota que não há nenhum documento que prove o fato do ex-presidente ter recebido um apartamento em Guarujá em troca de conceder supostos benefícios a uma empresa de construção civil. Da mesma forma, não há provas que o político teria passado ao menos uma noite nesse apartamento nem quais benefícios mesmo ele ofereceu a empresa respectiva, avança Gentilli.
"O que está em jogo no Brasil e em toda a região é uma ofensiva por parte do poder judiciário", declarou, advertindo também: "estamos em uma fase de fragilidade democrática pela qual está passando o Brasil e que está vivendo toda a América Latina".
Assim, Lula agora está enfrentando duas batalhas: a judicial, em que vai recorrer ao tribunal Superior de Justiça, e a política em que busca formar uma grande frente de esquerda, concluiu o secretário do CLACSO.
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