Segundo o requerimento apresentado, o juiz da Lava Jato é chamado para explicar sobre as atividades bilaterais de cooperação em
matéria penal estabelecidas entre o Brasil e o governo dos Estados Unidos no âmbito da operação Lava Jato. Os parlamentares argumentam que os investigadores da Lava Jato receberam e enviaram informações aos Estados Unidos sem passar pelo governo brasileiro, o que fere o acordo firmado entre os dois países.
"As regras previstas no acordo estariam sendo sistematicamente violadas, nas atividades de cooperação. Isso foi dito publicamente por altas autoridades norte-americanas envolvidas nessas atividades. Tais 'confissões' mostram não apenas que as regras do acordo vêm sendo desrespeitadas, mas também que as autoridades norte-americanas conduziram a construção da Lava Jato e o processo relativo ao apartamento triplex", dizem os senadores no requerimento.
Em relação ao ministro Torquato Jardim, os senadores querem que ele explique por que o governo brasileiro permitiu que houvesse uma "cooperação informal" entre procuradores da Lava Jato e o governo americano. "em manifestações públicas proferidas em 19 de julho de 2017, o Sr. Kenneth Blanco, então Vice-Procurador Geral Adjunto do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), e o Sr. Trevor Mc Fadden, então Subsecretário Geral de Justiça Adjunto Interino daquele país, explanaram sobre cooperação baseada em 'confiança' e, por vezes, fora dos 'procedimentos oficiais', realizada entre as autoridades norte-americanas e os Procuradores da República da Lava Jato", relata o documento.
No terceiro requerimento à Comissão de Relações Exteriores, Gleisi, Lindbergh e Requião pedem que Torquato Jardim explique como se deu a participação do FBI, a polícia federal americana, nas investigações da operação Lava Jato.
"Como se deu essa participação? Qual foi a participação das autoridades brasileiras nesse processo? Houve o compartilhamento de provas entre os Estados Unidos da América e o Brasil? Como se deu esse compartilhamento? Quais provas foram produzidas no âmbito dessa cooperação internacional? Houve reuniões sigilosas? Por qual motivo? O que foi tratado nessas reuniões? Quais os resultados desse trabalho conjunto?", são algumas das perguntas feitas ao ministro.
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