Militares silenciam diante da ameaça à nossa soberania


Militares silenciam diante da ameaça à nossa soberania

Os horizontes do Brasil estão cada dia mais sombrios. Não apenas a democracia está ameaçada mas, principalmente, a soberania e a existência do próprio país. Pode parecer exagero, mas a realidade, encoberta dos olhos da população pelo eficiente biombo levantado pela Globo, é muito mais grave do que a corrupção que se pretende combater. Com a decisiva participação de brasileiros traidores nos mais diferentes setores de atividades, especialmente na mídia, no Executivo, no Legislativo e Judiciário, o país vem sendo desmontado e entregue, em pedaços, ao capital estrangeiro, particularmente norte-americano, sob os olhares indiferentes das Forças Armadas. Desde o golpe de 2016 que o Brasil vem sendo eliminado do mapa geopolítico mundial como nação independente, líder da América do Sul, que tinha voz entre as grandes potenciais mundiais, ombreando-se no BRICS com a Rússia, China, Índia e África do Sul. Hoje perdeu importância, com o presidente golpista Michel Temer parecendo alma penada nas reuniões internacionais. Somos o único pais do mundo, na visão do neurocientista Miguel Nicolelis, que sabota a si mesmo num absurdo processo autofágico.
Hoje ninguém mais tem dúvidas de que o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff foi tramado nos porões do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e teve, como principal objetivo, impedir que as nossas riquezas naturais, em especial o petróleo, escapasse do controle norte-americano para cair nas mãos de russos e chineses, como consequência do estreitamento dos laços do Brasil com aquelas potências. A formação do BRICS deixou o Tio Sam tão preocupado que concluiu que a única solução para levar o país de volta ao seu regaço, de onde fora arrancado por Lula, era a derrubada do governo petista e o desmantelamento do PT, com o banimento do seu líder maior. E intensificaram a espionagem da presidenta Dilma e da Petrobrás, juntando elementos para a execução do golpe, com a participação principalmente da mídia, de políticos do PMDB e do PSDB e do Judiciário, particularmente da Lava-Jato. Diante da dificuldade para um golpe militar, os mentores da ação tentaram primeiro tomar o governo de forma legal, através de eleições, com Aécio Neves, como fizeram na Argentina com Macri. Com a derrota, porém, adotaram o plano B, com a cumplicidade dos vira-latas.
O Plano foi minuciosamente pensado, a partir de informações coletadas pela espionagem da NSA americana e executado, inicialmente, pela parceria Globo-Lava-Jato, que sempre manteve estreito contato com os funcionários do Tio Sam. A Globo, através dos seus veículos, em especial da TV, deflagrou uma campanha sistemática contra Lula e o PT, produzindo um resultado negativo para os petistas já nas eleições municipais de 2016. A palavra "corrupção" nunca foi tão falada desde o início da campanha, sugerindo a ideia de que o Brasil era o país mais corrupto do mundo. Tudo planejado. Os especialistas americanos concluíram que o combate à corrupção era o melhor mote para sensibilizar a população e conquistar o seu apoio para o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, cujo governo foi acusado de corrupto. E a classe média embarcou na campanha da Globo que, com mentiras e notícias tendenciosas, levou para as ruas os "camisas amarelas" e para as varandas gourmets os batedores de panelas, todos imbecilizados pelo Jornal Nacional. Foram convencidos de que com a queda de Dilma estaria resolvido o problema da corrupção no Brasil. Eles sabem hoje que foram enganados, mas têm vergonha de admitir.
Com a queda de Dilma foi executado com sucesso a primeira parte do plano, sendo, então, iniciada a segunda parte: a perseguição a Lula para torna-lo inelegível. A Globo, conduzindo a reboque o resto da mídia, fortaleceu a Lava-Jato, transformando o juiz Sergio Moro em super-herói e, atuando em parceria com a divulgação de notícias falsas e vazamentos dos processos, conseguiu colar em Lula o selo de corrupto. E em todos os noticiários repetia-se diariamente, como um mantra, a notícia de que Lula era acusado de "corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa". E essa imagem do ex-presidente foi se cristalizando na mente do público imbecilizado da Globo, que perdeu a capacidade de pensar. Dezenas de agentes da Policia Federal vasculharam a vida de Lula durante três anos e até hoje não encontraram absolutamente nenhum indicio de que tivesse roubado pelo menos dez centavos. Mas ainda assim muitos imbecis, com a mente controlada pela Globo, o insultam, chamando-o de ladrão. A sua condenação, com base na suposta propriedade do tríplex do Guarujá, já foi desmascarada como uma armação do juiz Moro, mas isso não evitou que ele fosse preso. Tudo foi montado com o objetivo de impedi-lo, de qualquer maneira, de voltar à Presidência da República, porque ele é o único que pode impedir o Brasil de voltar a ser quintal dos Estados Unidos.
Além dos interesses norte-americanos, também estão em jogo os interesses da elite do dinheiro, que tem na Globo a sua principal arma para manter o seu público imbecilizado e cego para a verdadeira corrupção: os grandes negócios envolvendo nosso petróleo, a Petrobrás, e outras empresas, como a Embraer e a Eletrobrás. O governo Temer está vendendo o Brasil a preços de banana, entregando o pré-sal, os bancos estão obtendo lucros astronômicos com os juros altos e o país está empobrecendo, voltando ao mapa da fome. E as nossas Forças Armadas ficam em silêncio diante desse desmonte realizado pelo governo golpista. A única vez em que se manifestaram, mais precisamente o general Eduardo Villas Boas, às vésperas do julgamento do habeas corpus de Lula, foi para dizer que o Exército compartilhava "o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões constitucionais", o que foi interpretado como uma ameaça velada ao STF. A verdadeira ameaça, porém, não apenas à nossa Democracia mas, sobretudo, à nossa soberania, está no entreguismo do país, contra o qual nenhum militar levantou a voz até agora.
Os generais de pijama, os únicos que volta e meia se manifestam, provavelmente não sabem o que está acontecendo porque passam o tempo sentados diante da telinha da TV, sendo envenenados pelos noticiários tendenciosos da Globo, que escondem o leilão do país e carregam nas tintas contra Lula e o PT. Parecem parados no tempo, ainda assombrados com o fantasma do comunismo, esquecidos de que já tiveram um ministro da Defesa comunista, Aldo Rebelo, e um ex-comunista, Raul Jungmann, este, aliás, protagonista de uma cena impensável há 20 anos: um ex-comunista beijando um general. E temos hoje, segundo pesquisas, um comunista como o melhor governador do país, Flavio Dino, do Maranhão. Deveriam estar mais preocupados era com a grave ameaça à nossa soberania. Para o neurocientista Miguel Nicolelis, ao contrário do que dizem, "não havia dentro do movimento militar (de 1964) o desejo de destruir a soberania brasileira, entregar a Amazônia, a nossa fronteira marítima, que era muito menor do que é hoje". E acrescentou: "A situação atual é muito pior do que a vivida nos idos de 64: agora o golpe carrega dentro dele a semente da destruição, a obliteração total de qualquer vestígio da soberania brasileira". Os generais de pijama, no entanto, como o general Paulo Chagas, por exemplo, não conseguem ver o perigo que nos ameaça porque estão mais preocupados em intimidar as instituições, como a Corte Suprema, pensando com a cabeça da Globo.

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