Analista norte-americano acusa governo do país dele de agir ilegalmente para derrubar Dilma
O artigo abaixo foi publicado no site do economista e consultor Lyndon LaRouche, um veterano na análise das políticas públicas dos Estados Unidos e de sua relação com o mundo. Colaborou durante curto período com o governo de Ronald Reagan, na década de 80, e já foi pré-candidato a presidente pelo Partido Democrata. Passou cinco anos preso, acusado de conspiração, entre 1989 e 1994. É polêmico e sua publicação, Executive Intelligence Review, tem repercussão em meios restritos. Neste artigo, publicado há cinco meses, ele acusa o Departamento de Justiça dos Estados Unidos de interferirem na Lava Jato, com o objetivo de desestabilizar o governo brasileiras. Por trás da Lava jato, estão “interesses imperiais” (ele não diz, mas seriam de grandes corporações). Os procuradores americanos, segundo ele, deveriam ir para a cadeia. LaRoche diz que essa mesma equipe age para desestabilizar Donald Trump, outsider da política americana. Segue o artigo na íntegra:
16 de dezembro de 2017 (EIRNS) – Em discurso que deu no dia 19 de julho de 2017 para felicitar a si mesmo, o Subprocurador Geral dos EUA, Kenneth A. Blanco, que então dirigia a Divisão Penal do Departamento de Justiça (porque logo Steve Mnuchin o escolheu para encabeçar a Oficina de Delitos Financeiros do Departamento de Tesouro), se referiu ao veredicto condenatório ditado ao ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, como um dos princpais exemplos dos “resultados extraordinários” alcançados graças à colaboração do Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) com os procuradores brasileiros na chamada “campanha anti-corrupção”, batizada de Lava-Jato.
Em particular, a unidade da Divisão Penal do DOJ que dirige a operação “anti-corrupção” Lava-Jato, é a Seção de Fraudes. Desde novembro de 2014 até junho de 2017, quem dirigia a Seção de Fraudes do DOJ era nada menos que Andrew Weissman, transferido nessa data de junho de 2017 para formar parte do grupo de choque contra Trump que encabeça Robert Mueller. Weissman tem sido desde muito tempo o cupincha de Mueller no FBI, cujo histórico de conduta indevida lhe valeu o sobrenome de “o pitbull judicial de Mueller”.
Agora que se está desentranhando rapidamente à luz pública todo o assalto judicial de Mueller contra a presidência dos Estados Unidos, onde cada vez mais membros de sua equipe foram expostos por corrupção e atos ilegais, é seguro que sua operação iberoamericana, Lava Jato, terá o mesmo destino, e possivelmente os levarão para a cadeia, que é onde deveriam estar.
Agora que se está desentranhando rapidamente à luz pública todo o assalto judicial de Mueller contra a presidência dos Estados Unidos, onde cada vez mais membros de sua equipe foram expostos por corrupção e atos ilegais, é seguro que sua operação iberoamericana, Lava Jato, terá o mesmo destino, e possivelmente os levarão para a cadeia, que é onde deveriam estar.
Como já é sabido, Weissman foi retirado da equipe de caça às bruxas porque transcendeu à luz pública sua parcialidade a favor de Clinton e seu servilismo diante da procuradora geral de Obama. Agora cada vez que se menciona Weissman na imprensa estadunidense, é para fazer referência à profunda corrupção que inunda o Departamento de Justiça e o FBI.
A ex-presidente do Brasil e a da Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Fernández de Kirchner, respectivamente, denunciaram na semana passada que líderes nacionalistas e progressistas de toda a Iberoamérica estão sendo submetidos sistematicamente ao que denominam “lawfare”, o uso da lei como arma de guerra, com o propósito de impor mudanças de regime e instalar chefes de Estado que imponham as políticas de austeridade neoliberal que tem destruído a região. O discurso de Blanco demonstra que por detrás da tal “lawfare” usada contra os vizinhos dos EUA, estão os mesmos interesses imperiais que dos que tem o propósito de executar um golpe de Estado nos Estados Unidos para depor o presidente Donald Trump de seu cargo.
Blanco se jactou do papel que o DOJ jogou em toda essa farsa, em um discurso que deu num evento do Conselho Atlântico e o Diálogo Interamericano sobre “Lições do Brasil: crise, corrupção e cooperação global”. Blanco deu boas-vindas ao seu “amigo, o procurador geral brasileiro Rodrigo Janot”, um dos principais sicários da operação Lava-Jato, que compartilhou o podium com Blanco.
“É difícil imaginar uma relação melhor de cooperação na história recente que tem havido entre o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e os procuradores brasileiros. Temos cooperado e temos nos ajudado de modo substancial em uma série de temas públicos que agora foram resolvidos, e seguimos com isso através de uma série de investigações que se estão fazendo”, afirmou Blanco.
“A cooperação entre o Departamento (DOJ) e o Brasil nos fez alcaaçar resultados extraordinários. Só no ano passado, por exemplo, a Seção de Fraudes da Divisão Penal e a equipe da operação brasileira Lava-Jato estiveram cooperando e se coordenaram em resoluções em quatro casos relacionados com a Lei sobre Práticas Corruptas no Extrangeiro (FCPA, na sigla em inglês): Embraer, Rolls Royce, Braskem e Odebrecht. A Odebrecht, em particular, é notável do ponto de vista do alcance e extensão”, seguiu dizendo Blanco.
“De fato, só na semana passada, os procuradores brasileiros conseguiram uma condenação contra o ex-presidente Lula da Silva, que foi acusado de receber subornos da companhia de engenharia OAS em troca de sua ajuda para ganhar contraos com a companhia de petróleo Petrobras. Casos como este é o que tem colocado o Brasil à frente dos países que trabalham para combater a corrupção, tanto dentro como fora do país”.
Blanco revelou nesse discurso que a cooperação do DOJ e os procuradores brasileiros é tão grande, que operam fora dos “processos formais, tais como os tratados de assistência judicial mútua”, muitas das vezes simplesmente mediante uma chamada de uns aos outros para passar ou solicitar evidências, e só se preocupam com as “formalidades” legais quando é necessário para que a evidência seja admissível quando o caso venha a juízo.
Fiscais e procuradores de toda a região (“meu bom amigo Raúl Cervantes, o procurador geral mexicano”, “minha boa amiga, a procuradora geral panamenha Kenia Porcell”, do Equador e Colômbia) entram e saem dos despachos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para falar sobre ações contra “corrupção”, segundo se jactou Blanco também. Ainda que não mencionado, o juíz argentino Claudio Bonadio, que tem encabeçado as atrocidades judiciais contra a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, também é parte da mesma esquadra política de choque.
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