Resistência, por quê?, por Rui Daher

Resistência, por quê?, por Rui Daher 


Resistência, por quê?, por Rui Daher
Querem Lula preso por ter recebido favores valendo-se do cargo de presidente da República. Ninguém sabe muito bem quais. Já usaram sítio com pedalinhos, apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo, propina na Petrobras, presentes que ganhou durante seus mandatos, a cachaça, seus desafios a quem caga para a inserção social, muitas vezes mais pobres do que ele foi, ou filhos, netos e bisnetos de metalúrgicos do ABCD que, hoje em dia, se empoderam pois têm acesso a um sanduíche do McDonald’s.
Nada colou, nada se provou. Imbecis ignoram o princípio secular de presunção de culpa, apelam para delações premiadas, não ouvem ou, se ouvem, não reconhecem nenhuma apelação da defesa e, assim, de instância em instância, de vazamentos em vazamentos, proibidos por lei, conseguiram colocar a pecha de que Lula é ladrão.
Apesar disto ir se espalhando pelo País, sobretudo nos guetos da riqueza, não sei como, apesar de mensalão e desvarios vários, esse pernambucano saiu da presidência com a maior aprovação da “história deste país” e, ainda hoje em dia, lidera todas as pesquisas, seja lá qual o cenário, para as eleições de 2018.
Mas assim, espontaneamente? Claro que não. Das últimas emissões, que o determinam ladrão, se encarregam as televisivas, impressas e digitais famílias, proprietárias das salas de jantar onde a democracia é eviscerada de seus órgãos vitais.
E os imbecis que nelas acreditam e repetem: Lula é ladrão, Lula é ladrão. Quem são eles? Fácil: iletrados funcionais em ciências sociais, economistas do mercado rentista, donos de prostíbulos ilícitos, patrões que só sabem ser competitivos reduzindo empregos e cortando direitos trabalhistas.   
O que é Moro, comparado a um estadista brasileiro que tirou 40 milhões da linha de pobreza (reconhecido no planeta), eliminou nossa dívida externa, deu acesso educacional aos pobres, e levantou a cabeça de nossa soberania, juntando-se às América Latina e África?
Respondo: um cabeça oca, que mal conhece as ortografia e gramática brasileiras, vaidoso, revanchista, e só não falo a soldo de alguém por não ter provas ou delações, como os artifícios que ele pratica contra Lula.
Espanta-me ao centro (Ciro e Álvaro) e à direita (não sujo meu teclado), coonestando a prisão de Lula, como se larápio fosse. O silêncio de Fernando “Paris” Henrique. Restaram-me Jânio, Laura, Vladimir e Gregório, na Folha, CartaCapital e GGN, onde escrevo, e alguns blogs progressistas corajosos.
No mais, uma cambada de servos de patrões poltrões, até o momento de faturarem sobre a imprecisão de seus lacaios jornalistas.
O que são as lacraias da Globo News? Nem precisamos chegar ao patético Merval, paremos no confuso Camarotti e na “Lo Prete”, que se faz bonitinha, mas cujos trejeitos nunca alcançarão Lollobrigida. E o dono do JN, William Bonner? Circunspecto ou malandro? Escolham.
Teríamos mais, muitos mais, papagaios a garantir o acordo secular de elites, a fazerem dinheiro abaixando as calças a seus patrões, indignando a pretensão de milhares de jovens a seguirem a profissão de jornalistas.
Sinto informar-lhes. Pouco espaço para a dignidade e rabo escancarado para a desonestidade com sua profissão.
Dou um exemplo que na sexta-feira, ontem, me exasperou. Pergunta-me o motorista da Uber: “E Lula”. Respondi: “o melhor presidente que o Brasil já teve”. Calou-se e manteve o rádio num noticiário da Jovem Pan, onde opinavam Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo (a todo momento, mencionando ter sido de esquerda, na Convergência Socialista, e se desculpando dos despautérios que enunciava), além de bostas menos evidentes, ou seja, líquidas, de quem nunca lembrarei o nome, pois insignificantes.
Atualmente, a quem pertence esse prostíbulo radiofônico? À família Carvalho? Sou do tempo da Rádio Panamericana, cujos locutores e comentaristas me ensinaram a paixão pelo futebol. Ouvia-os num radinho de pilhas. Viraram o quê?

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