Deputado do PT do Paraná levanta dúvidas sobre laudo que baseou decisão de Moro e pede vistoria no triplex
Deputado do PT do Paraná levanta dúvidas sobre laudo que baseou decisão de Moro e pede vistoria no triplex
23 de abril de 2018
Da Redação, sugerido por Stella Senra
O deputado estadual Tadeu Veneri, do PT do Paraná, levantou em discurso dúvidas sobre a perícia que a Polícia Federal fez no triplex atribuído a Lula, que embasou decisão do juiz Sérgio Moro no processo em que o ex-presidente foi condenado inicialmente a 9 anos e seis meses de prisão — pena depois ampliada para 12 anos e um mês pelo Tribunal Regional Federal da quarta região, em Porto Alegre.
É esta pena que Lula hoje cumpre em Curitiba.
As dúvidas passaram a ser levantadas desde que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o imóvel do edifício Solaris por algumas horas e divulgaram fotos e vídeo nas redes sociais.
Pelas imagens, o triplex parece ser bem mais simples do que se imaginava a partir de imagens divulgadas em alguns meios de comunicação, especialmente aqueles que usaram material promocional da OAS para ilustrar suas reportagens.
Qualquer comprador de imóvel sabe que as incorporadoras e imobiliárias buscam os melhores ângulos e usam de outros artifícios para fazer parecer que um imóvel é melhor do que realmente é.
As imagens do MTST não são suficientes para provar que não houve reforma no triplex, nem demonstram a ausência de elevador.
Um militante do movimento, ouvido pela repórter Conceição Lemes, confirmou que um elevador se abre diretamente na sala do imóvel, como é comum em coberturas, mas que não há elevador ligando os três andares do triplex.
Um croquis feito pela Polícia Federal (ver perícia abaixo) sugere que a reforma tinha o objetivo de instalar o elevador entre o décimo sexto e o décimo oitavo andares.
Quando a PF fotografou a cozinha, havia móveis planejados ainda cobertos por plástico, que sumiram nas imagens divulgadas por integrantes do MTST, restando apenas um fogão de quatro bocas.
Um leitor do Viomundo constatou que há ao menos dois erros grosseiros nas somas de valores feitas pela perícia.
Num deles, na página 17, a PF somou R$ 277 mil com R$ 33 mil e chegou a R$ 320 mil, quando o correto é R$ 310 mil.
O mesmo leitor escreveu que, aparentemente, a Polícia Federal “se baseou apenas nas notas fiscais apresentadas por uma construtora em nome da OAS. Qualquer auditor sabe que uma perícia deve bater notas x físico, caso contrário, de nada adianta. Sabemos que um obra pode ter seu valor alterado, tanto para baixo como para cima apenas na parte contábil”.
Essas inconsistências não foram apontadas pela defesa de Lula ao longo do processo, pois os advogados do ex-presidente jamais admitiram que o ex-presidente de fato pediu as reformas.
Circulam na internet acusações graves, segundo as quais notas teriam sido forjadas para dar conta de uma reforma não realizada. Porém, não existem provas nem de uma coisa, nem de outra.
Induzir os adversários a exagerar nas denúncias é um técnica razoavelmente comum para desmoralizar o conjunto de suspeitas levantadas sobre qualquer processo.
Recentemente, um blogueiro foi condenado a dez meses e dez dias de detenção, em segunda instância, por fazer falsa acusação ao juiz da Lava Jato com a manchete: Paraná: Quando Moro trabalhou para o PSDB, ajudou a desviar R$ 500 milhões da Prefeitura de Maringá.
Na primeira instância, o blogueiro havia sido condenado a dois anos, cinco meses e 16 dias.
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