Lula sofre ataque de milícia bolsonarista
A caravana do ex-presidente Lula, que visita cidades no Rio Grande Sul, foi alvo de atuação violenta de milícias profissionais que agem na região Sul do país. A denúncia é da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
Dirigentes nacionais petista relatam que em alguns pontos da caravana os ruralistas — que se dizem fãs do deputado Jair Bolsonaro — chegaram muito perto de Lula.
"A situação é grave, é o direito de ir e vir de dois ex-presidentes da República, Lula e Dilma, que está sendo colocado em questionamento. Não é só o direito de ir e vir, mas também a integridade física de dois ex-presidentes", afirmou Gleisi em entrevista coletiva na noite de ontem (20).
A presidenta nacional do PT disse ainda que preocupa muito o clima de intolerância na sociedade, em que grupos de extrema direita usem de milícia armada. "Espero que isso não seja um prenúncio de como vai se dar o processo eleitoral, ou como não vai se dar."
Segundo Gleisi, uma caminhonete foi apreendida em Santa Maria carregada de bombas e rojões. "Pessoas que jogaram pedras, gente com soco inglês", relatou.
"A caravana passa... e os cães ladram", já havia dito antes a senadora.
Leia na íntegra a declaração da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann
“A caravana pacífica e democrática do presidente Lula está sendo ameaçada e agredida por milícias armadas pela extrema direita aqui no Rio Grande do Sul, com características fascistas. Essas milícias querem impedir a caravana de prosseguir e utilizam de violência física em relação aos manifestantes que estão com o Lula.
Quero agradecer à nossa militância, aos movimentos sociais, às pessoas que estão indo abraçar e acolher o presidente Lula e têm feito a sua segurança.
A situação é grave, é o direito de ir e vir de dois ex-presidentes da República, Lula e Dilma, que está sendo colocado em questionamento. Não é só o direito de ir e vir, mas também a integridade física de dois ex-presidentes.
O governo do estado do Rio Grande do Sul disponibilizou a segurança e a polícia para acompanhar (a caravana), mas tememos que isso seja insuficiente. Por isso, hoje fizemos contato formal com o ministro da Segurança Pública do governo federal, também com o ministro da Justiça e com o governador do Rio Grande.
A segurança de Lula e Dilma é responsabilidade do Estado brasileiro. O direito de ir e vir está assegurado na Constituição. Nós não podemos admitir que milícias de direita com práticas fascistas que utilizam armamento, soco inglês, pedras, vão para cima dos manifestantes, e queiram impedir o direito de ir e vir dos presidentes, prevaleçam.
Estamos fazendo essa denúncia. Estou aqui com Pepe Vargas, presidente do PT do RS, Marcio Macedo, que é coordenador da caravana, também deputados, como Marco Maia (PT-RS). A situação é grave e queremos providências por parte das autoridades brasileiras no sentido de resguardar a segurança e a integridade de Lula e da ex-presidenta Dilma.
Teve inclusive uma caminhonete que foi parada onde foram apreendidos fogos de artifício. Tivemos pessoas que atiraram pedras nos ônibus e nos manifestantes, teve pessoas com soco inglês. São poucas pessoas, mas sabemos que há inclusive profissionais da área de segurança para instigar e ir para cima da militância que acompanha a caravana de Lula.
Nos preocupa muito que tenhamos chegado a esse clima de intolerância na sociedade, em que grupos de extrema direita usem de milícia armada. Espero que isso não seja um prenúncio de como vai se dar o processo eleitoral, ou como não vai se dar.
O que estamos dizendo é que a divergência política e as divergências de ordem de disputa eleitoral estão na normalidade democrática. O que não está na normalidade democrática é o uso de violência e o uso de grupos armados para impedir alguém de se manifestar. Nossa Constituição assegura o direito de ir e vir e assegura manifestações democráticas. É isso que queremos que o Estado brasileiro garanta.”
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