#ELEIÇÃOSEMLULAÉFRAUDE
Manifestações em Porto Alegre em defesa da democracia foram classificadas pelo senador do Rio de Janeiro como históricas. Ele também fez paralelo com campanha pela legalidade capitaneada no passado por Brizola
por Redação RBA
RICARDO STUCKERT
Com mais de 60 mil pessoas, esquina democrática é o palco histórico da defesa da democracia neste início de 2018
São Paulo – Esta terça-feira (23) foi marcada por um grande ato em Porto Alegre em defesa da democracia e da possibilidade de Lula ser candidato ao pleito presidencial, em outubro. O ato concentrou 60 mil pessoas na Esquina Democrática, região central da capital gaúcha."Esse movimento vai se alastrar pelo Brasil inteiro", disse ao discursar o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele classificou o momento como "histórico". "Ontem, no encontro de juristas, disse que o Rio Grande do Sul tem o peso mais forte da história. Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola, orçamento participativo, Olívio Dutra, Tarso Genro. Mas temos que lembrar da campanha da legalidade de Brizola, quando queriam impedir a posse de Jango e Brizola fez a resistência. Foram 14 dias de ameaças da Aeronáutica. Mas foi dessa resistência que Jango tomou posse", afirmou.
"Precisamos do nosso sempre presidente Lula para consertar esse país que está sendo destroçado por políticas devastadoras. Sofremos um golpe parlamentar com apoio da mídia em 2016. Também com apoio de parte do mercado e do Judiciário. Esse golpe tirou uma presidenta eleita pelo povo com 54 milhões de votos", disse a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), vitima de um impeachment em 2016.
"Esse golpe não foi apenas o ato de me tirar da presidência. Foi o primeiro ato desse processo. Depois disso nós, que tínhamos quatro eleições consecutivas...", disse, ao interromper seu discurso para ajudar uma pessoa que viu passando mal em meio à multidão. "O segundo ato do golpe estamos vivendo ainda", continuou depois, "um governo sem legitimidade, sem voto, executando uma política de perda de direitos sociais e uma tentativa sistemática de entrega de patrimônio sem qualquer consideração pelo fato deste país ser um grande país que precisa do petróleo e de todas suas riquezas sociais para promover a melhoria do emprego, do salário e da educação", completou.
Já o terceiro ato do golpe, de acordo com Dilma, tem relação justamente com o dia de hoje. "Impedir que Lula seja candidato em outubro. Não interessa que ele seja, como é, inocente. Lula, afirmo, é inocente das acusações, enquanto os culpados, das malas, circulam livremente. Não houve nenhum ato que poderia levar ele a receber algo indevidamente. O tríplex pertence a uma empresa. Inclusive, uma juíza deu o apartamento como pagamento de uma dívida para um credor."
O senador Roberto Requião (MDB-PR), que lidera a articulação no Congresso em defesa da soberania nacional, também participou do ato. "Temos a presença de todos os estados brasileiros. Aqui, temos um tribunal popular. O tribunal não tem nada a ver com nossas vontades. Eles estarão julgando a visão histórica da Justiça do Brasil. Eles estão do lado do entreguismo, da privatização, do fim dos direitos dos trabalhadores, ou acordarão e arquivarão essa denúncia absurda contra Lula? O tribunal será julgado pela história", disse.
A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), ressaltou a importância da organização dos movimentos sociais para a garantia da força das manifestações em defesa de Lula. "As frentes Brasil Popular e Povo sem Medo não medem esforços para a realização de atos fundamentais para esclarecer o Brasil e o mundo a injustiça que é a sentença de Moro contra o Lula. Lembro também do MST, da Via Campesina, a CUT, a CTB, a Intersindical, a Juventude do Levante, a Marcha Mundial de Mulheres e também a Força Sindical."
"Este é um momento de encruzilhada: ou apressamos o passo para defender a democracia ou vão passar com um trator sobre nós. Avisávamos antes, sobre a instabilidade que tirar a Dilma traria. Eles apostaram que conseguiriam manter seu projeto. Acumulamos forças de pouco em pouco, reorganizamos os movimentos e os partidos. Mas eles continuaram com a Emenda Constitucional 95 que é responsável pelas mortes com a febre amarela. Eles seguiram com a reforma trabalhista tirando direitos básicos, uma vergonha. Pessoas ganhando menos do que um salário mínimo, isso é indigno", completou.
O coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que "Porto Alegre hoje é a capital da resistência democrática contra uma farsa judicial e uma nova etapa do golpe que começou derrubando uma presidenta eleita democraticamente. Um golpe que prossegue com a aprovação de uma agenda antipopular de reformas que não foram eleitas. O golpe que quer tirar no tapetão o presidente Lula."
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