Povo, Pátria e soberania
O governo golpista assina um protocolo internacional para submeter o Brasil a bisbilhotice externa em suas instalações nucleares, após investir no desmonte do projeto do submarino nuclear (Pro-Sub) e condenar o Almirante Othon a 43 anos de prisão.
Os golpistas também cortam em 30% o orçamento anual das Forças Armadas, reduzem seu efetivo pela metade nas fronteiras, ao mesmo tempo que buscam transformar as forças de defesa nacional em mera “polícia” do caos urbano, que eles mesmos criaram com sua política econômica.
Em parceria com Trump, Temer também ameaça meter o Brasil e as Forças Armadas na aventura de uma “guerra amazônica”, um novo Vietnam, para atender aos interesses geopolíticos norte-americanos e sua necessidade de manter-se no poder a qualquer custo.
Enquanto isso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sergio Etchegoyen, diz que “privatizações não ameaçam a soberania”, ao mesmo tempo em que os jornais anunciam que se encontrará com dirigentes da CIA, do FBI e outras agências de inteligência americanas.
As situações descritas deixam claro a tentativa dos interesses que patrocinam o golpe de Estado de afastar as Forças Armadas de seu compromisso histórico de garantir a integridade territorial, a soberania sobre nossas riquezas e a identidade do país, enfim, o Estado Nacional.
Diante disso, não é de estranhar a reação de descontentamento de setores das Forças Armadas com a situação do país, que vive entre a desfaçatez entreguista dos golpistas e a quase total ausência de preocupação da oposição com os temas que envolvem a soberania nacional.
Em entrevista ao jornal Valor, no início do ano, o Comandante do Exército, general Villas Bôas, já havia feito um diagnóstico contundente da realidade brasileira, dizendo que “somos um país que está à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser”.
Pois, neste momento, é disso que se trata, é isso que se impõe, a construção de um projeto para o país e da unidade entre suas forças políticas civis e militares, com poder de enfrentar a guerra assimétrica de destruição imposta ao país pelos interesses do sistema financeiro internacional.
Em artigo publicado em fevereiro deste ano, afirmamos que “nenhum país do mundo, e menos ainda um país com a dimensão e a história do Brasil, consegue sobreviver sem um Projeto Nacional, e subordinado a interesses externos e internos menores”.
E dissemos mais, que diante das disputas geopolíticas atuais nenhum país se afirmaria no contexto mundial “sem contar com Forças Armadas fortes, robustas, instrumentalizadas tecnologicamente, capazes de impor respeito e afirmar os interesses nacionais”.
Assim é na Venezuela onde as Forças Armadas defendem a soberania do país, na Síria em que as Forças Armadas enfrentaram a aliança dos EUA com o Daesh, na Turquia ou em qualquer lugar do mundo que resiste seriamente a ataques externos contra seus interesses nacionais.
A ilusão de subordinar os interesses econômicos e geopolíticos do Brasil aos Estados Unidos, por um lado, abdica da ideia de Nação independente e mergulhará o país em um conflito futuro sem precedentes na história nacional, a exemplo dos tempos da primeira Guerra Brasílica.
De outro lado, no estágio atual do mundo, ainda mais na América do Sul, é também ilusão achar que o imperialismo financeiro global recua de sua voracidade destrutiva apenas diante de protestos de rua e/ou eleições, sem a presença de uma força de dissuasão, ou seja, militar.
Portanto, o que o Brasil precisa neste momento de profunda crise é de unidade em torno de valores que podem unificar os interesses nacionais, populares, democráticos, patrióticos – civis e militares, comprometidos com a defesa da Nação e o futuro dos brasileiros.
Do contrário, abandonaremos a vocação de “grande potência”, como definiu o general Villas Bôas, para nos transformar em uma colônia norte-americana, como já rechaçou o general Ernesto Geisel, com uma terra sem dono, um povo escravo e uma FFAA rebaixada à capitães do mato.
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