Nessa "delenda Lula", o estrago foi gigantesco. As construtoras brasileiras, que disputavam com gigantes globais no mundo inteiro, foram aniquiladas. Milhões de brasileiros perderam seus empregos. O Brasil, antes admirado no mundo, virou sinônimo de corrupção – e, de certa forma, merecidamente. Afinal, o país destituiu Dilma Rousseff, uma presidente honesta, e instalou no poder Michel Temer, denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial, com a ajuda de Aécio Neves, flagrado no esquema de propinas da JBS.
Destruiu-se um país, mas, como demonstra a pesquisa Datafolha deste domingo, o ex-presidente Lula não foi destruído. Em todos os cenários, ele tem ao menos 35% das intenções de voto – o equivalente a 50 milhões de eleitores – e supera todos os seus adversários.
A força de Lula pode ser explicada por um primeiro fator: a memória. Nem Lava Jato, nem Globo, nem adjacências foram capazes de apagar a lembrança que o povo brasileiro tem daquele que foi o melhor presidente de sua história, que deixou o cargo com a aprovação de 80% dos brasileiros. O segundo, não menos importante, é a desmoralização dos moralistas. Basta lembrar que Geddel Vieira Lima, aquele do bunker de R$ 51 milhões, frequentou as passeatas verde-amarelas. Ou que Aécio Neves, que dizia ter sido derrotado para uma organização criminosa, recebeu R$ 2 milhões em propinas e ameaçou matar seu próprio primo, que carregava suas malas. Contra Lula, o que se discute agora é se ele guardou ou não recibos de um aluguel de R$ 3,5 mil.
A hora e a vez da razão
Diante desse cenário, a elite brasileira agora está diante de duas alternativas. A primeira é radicalizar na estratégia golpista e seguir adiante com a agenda de grupos predadores, que apostam na dilapidação do patrimônio nacional, na entrega das riquezas, como o petróleo, e na opressão dos trabalhadores para garantir os ganhos do rentismo. Para isso, é necessário que Lula seja afastado da disputa presidencial no tapetão, com uma rápida condenação em segunda instância. Nesse cenário insano e totalmente irracional, as canetas de três desembargadores tirariam da disputa 35% dos votos.
A segunda escolha, bem mais prudente, é buscar uma repactuação com um candidato que, não apenas é o único que representa esperança para o povo brasileiro, como também já foi testado. Com Lula, o Brasil acumulou US$ 300 bilhões em reservas internacionais, conquistou o grau de investimento e viveu o maior ciclo de desenvolvimento com inclusão social da Nova República.
O momento, agora, é de recobrar a razão e colocá-la acima do ódio e do preconceito. Afinal, a agenda da elite brasileira não deveria ser a da Rede Globo nem a de Washington.
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