O fato concreto para pedir a instalação da comissão de investigação é a entrevista do advogado Rodrigo Tacla Duran, que, na Folha, revelou que o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior, padrinho de casamento de Moro, intermediou negociações paralelas dele com a força-tarefa lava jato.
"Tem que investigar Sérgio Moro, a mulher do Sérgio Moro, os procuradores e Zucolotto", disse o parlamentar ao destacar que Rosângela Moro, mulher do juiz, era sócia no escritório de Zucolotto.
"Essas delações viraram um mercado financeiro, mercando em que há coação, mercado que há extorsões. A operação lava jato é um verdadeiro mercado persa" denunciou o deputado.
Ex-presidente da OAB-RJ, Damous ainda bradou no vídeo: "Vamos abrir essa CPI e vamos apurar como se dá esse processo de delação."
Leia reportagem do 247 sobre o assunto:
Wadih Damous: fatos sobre Moro põem em suspeita toda a Lava Jato
O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) publicou uma nota em que cobra investigação do Ministério Público - "não o do Paraná, por óbvio" - e do Congresso Nacional sobre fatos envolvendo o nome do juiz Sergio Moro divulgados no fim de semana na imprensa.
Segundo informou a jornalista Mônica Bergamo, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, investigado na Lava Jato, acusa o advogado Carlos Zucolotto Júnior, amigo de Moro, de vender favores na Operação, como a redução de penas e multas.
"Causa profunda estranheza que o juiz Sérgio Moro assuma a defesa enfática de Zucolotto. Causa espécie que o juiz tenha entrado em contato direto com o amigo para enviar uma resposta à Folha de São Paulo", comenta o deputado, que diz ainda que os fatos "põem sob suspeita toda a operação Lava jato".
Leia a íntegra da nota:
Os fatos relatados por Duran são de extrema gravidade
1- Pelo relato, resta incontestável que Moro e Zucolotto são compadres e amigos íntimos e que Zucolotto é ex-sócio da Rosangela Moro (muito estranho ela ter saído do escritório em 2016 quando começaram as primeiras denúncias);
2- De acordo, ainda, com o relato, Zucolotto praticou crimes de tráfico de influência, tráfico internacional de influência, fraude processual e obstrução à Justiça. Se verdadeiros os fatos, Moro e os procuradores seriam cúmplices e por isso precisam ser investigados;
3- Causa profunda estranheza que o juiz Sérgio Moro assuma a defesa enfática de Zucolotto. Causa espécie que o juiz tenha entrado em contato direto com o amigo para enviar uma resposta à Folha de São Paulo.
4- Os procuradores não deram qualquer explicação até o momento;
5- Duran, na verdade, é um doleiro. Por que teria relações com o Zucolotto? Moro diz que ele foi contratado para tirar cópia de um processo. Soa estranho dizer que um doleiro contrata alguém em Curitiba para tirar cópia de processo
6- Moro rejeitou a denúncia que o MPF apresentou contra o Duran;
7- Lula foi condenado por Moro com base na palavra de um criminoso e delator informal - que sequer prestou o compromisso de dizer a verdade.
Em síntese, Moro e os procuradores confinaram diversos acusados na cadeia. Caso se lhes aplique o método que eles mesmos criaram de acusar e julgar, deveriam ser presos imediatamente. Entendo que o Ministério Público, não o do Paraná, por óbvio, e o Congresso Nacional devem investigar esses fatos. Eles põem sob suspeita toda a operação Lava jato.
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