Moro e Dallagnol comportaram-se no cinema como garotos num playground


Moro e Dallagnol comportaram-se no cinema como garotos num playground

Agência Brasil | Divulgação

O comportamento do juiz Sérgio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e de alguns policiais da Polícia Federal, no lançamento do filme sobre a operação Lava-Jato, em Curitiba, foi de garotos num playground.
É como se eles não tivessem senso moral de gente adulta e muito menos consciência das consequências da presença deles no cinema, para promoção de um filme de propaganda, de posição política alinhada com o golpe de Estado, num momento de perda de referências, de tão grave crise institucional do país.
Parece que não estão se dando conta da degradação do Judiciário, que está com suas mazelas expostas à luz do dia, e da justiça, um dos bens mais preciosos de uma nação democrática, gravemente atingida por negligências de magistrados inescrupulosos.
Riram às gargalhadas, no cinema, da gravação criminosa feita de uma conversa entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma.
Curioso é que muitos dos que riram no cinema riram também em conversas íntimas e animadas com gente como o badalado senador Aécio Neves, ao lado de Michel Temer, do governador Geraldo Alkmin, todos envolvidos no escândalo investigado pela própria Lava-Jato, conforme registrado em famosa foto captada na cerimônia da revista Istoé, vulgarmente denominada de Quantoé.
A desfaçatez de certos personagens da Lava-Jato é tamanha que desperta impressão de que, terminado o serviço de caça ao ex-presidente Lula, podem bater em retirada e irem viver fora do país.
Abandonar a toga e as vestes pretas usadas nas cenas espetaculares da operação, feitas para as câmeras de TV e para o filme, e irem ganhar milhões em grandes escritórios de advocacia em New York, deixando para os brasileiros a ruína institucional e a ilusão, para alguns, de que são amigos do Brasil.
Mas onde estão os juízes, os procuradores e os policiais federais e outros funcionários, que não se compactuam com a decadência institucional e moral? Por que não vêm a público colocarem-se em defesa da decência, da democracia e da recuperação institucional do país?
Um movimento forte de magistrados, procuradores, policiais e outros funcionários contra o estado de excessão, em defesa do Estado democrático de direito e sobretudo da soberania do país, como foi organizado na luta contra a ditadura, certamente terá amplo apoio da sociedade brasileira.
A situação que o Brasil está vivendo faz lembrar a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, sintetizada na frase de Martin Luther King: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons".

Comentários