Para Diego Pautasso, professor de Relações
Internacionais da Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos), no Rio
Grande do Sul, especialista em estudos dos países BRICS (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), os resultados obtidos por Temer junto ao
governo, empresariado e investidores da Rússia nada mais são do que
consequência das iniciativas de um dos seus antecessores na presidência
do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aponta reportagem da agência russa
Sputnik.
O Presidente Michel Temer concluiu nesta quarta-feira a visita de dois dias que realizou à Rússia. Em Moscou, ele disse a empresários, investidores e membros do Governo russo que seu objetivo era implementar os negócios da carne brasileira, ampliar a exportação de calçados para a Rússia e consolidar as relações entre os dois países.
Após a programação oficial cumprida nos dois dias – na terça, encontros com investidores e empresários e na quarta, audiências com o Presidente Vladimir Putin e o Primeiro-Ministro Dmitry Medvedev – Michel Temer deixou Moscou satisfeito com os resultados e deixando a Rússia convicta de que o mercado brasileiro, além de continuar recebendo os tradicionais fertilizantes russos, passará também a receber outros produtos como trigo e pescado. Para Diego Pautasso, professor de Relações Internacionais da Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos), no Rio Grande do Sul, especialista em estudos dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os resultados obtidos por Temer junto ao governo, empresariado e investidores da Rússia nada mais são do que consequência das iniciativas de um dos seus antecessores na presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva:
“O
fortalecimento das relações do Brasil com a Rússia tinha sido uma
decisão estratégica do governo brasileiro a partir da gestão do
Presidente Lula e do seu Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. A
partir dali, há uma sinergia crescente e, com o advento dos BRICS,
as relações [entre os dois países] se tornam bastante simbióticas depois
de um longo período de afastamento entre Brasil e Rússia. Então, acho
que boa parte dos acordos anunciados esta semana entre Brasil e Rússia
ainda são fruto de uma certa inércia dos governos Lula e Dilma Rousseff.
Mas acho também que os acordos ficaram aquém da potencialidade porque a
política externa brasileira está nitidamente sem uma diretriz, sem
saber exatamente quais são seus interlocutores fundamentais e suas
prioridades internacionais”.
Na manhã desta quarta-feira, o
presidente Michel Temer apresentou ao Primeiro-Ministro Dmitri Medvedev o
Projeto Crescer, programa de parceria de investimentos do governo
brasileiro. Segundo o Palácio do Planalto, Temer declarou que existem
mais de 50 setores abertos a investimentos estrangeiros.Já com o Presidente Vladimir Putin, Michel Temer assumiu o compromisso de aproximar Mercosul e Comunidade Econômica Euroasiática (o bloco formado por Rússia, Bielorússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão), quando o Brasil assumir a presidência do bloco sul-americano, no próximo semestre.
Por sua vez, Temer disse que Brasil e Rússia são países conscientes de seu papel na cena internacional, motivo pelo qual têm parcerias tanto no âmbito do G20, grupo que abrange as 20 maiores economias mundiais, quanto nos BRICS.
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