VIOMUNDO
O editor deste blog, Luiz Carlos Azenha, estava na sede das Nações Unidas como correspondente internacional quando o secretário de Estado Collin Powell pronunciou um dos mais cínicos discursos públicos da História da humanidade.
Mentiu, mentiu, mentiu, usando como props o diretor da CIA — sentado à esquerda de seu ombro — e gráficos, cartazes, tubos cenográficos de veneno e imagens de caminhões que seriam capazes de disseminar armas químicas, além de outras fantasias desmoralizadas em seguida quando os EUA não encontraram armas de destruição em massa no Iraque.
Foi a primeira vez que o que hoje a molecada chama naturalmente de “narrativa” — com seu fundo ficcional, apropriado à era da pós-verdade — se impôs definitivamente aos fatos.
Centenas de milhares de crianças iraquianas já haviam perecido por conta das sanções desumanas do Ocidente contra o Iraque, milhões de iraquianos fugiram do país e centenas de milhares morreram desde então — a guerra civil destroçou a soberania iraquiana.
Um país foi literalmente demolido para que os poços de petróleo de que ele dispõe fossem incorporados às torneiras que regulam o preço internacional do barril.
Mas o grande prêmio foi destruir o nacionalismo árabe como fonte de inspiração para mudanças “fora de controle” na região — assim como bem mais tarde, na África, a derrubada de Muamar Kafadi golpeou a soberania do continente ao tirar de cena um Estado que bancava projetos regionais sem as condicionalidades do FMI e do Banco Mundial.
O que enxergamos como “caos” significa “vitória” para os Estados Unidos.
No Brasil, os EUA não precisaram gastar um único drone. Quem desenvolveu toda a narrativa foi a Globo!
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