Moro fez com Lula o que os ingleses fizeram com Napoleão

Por Alex Solnik 
BRASIL 247
Documentos oficiais do governo inglês mostram instruções de como Napoleão Bonaparte deveria ser tratado ao ser levado para o desterro, na ilha de Santa Helena, depois de ter perdido o trono na Batalha de Waterloo.
   As instruções foram transmitidas por carta do secretário de Estado Conde Bathrust enviada a 30 de julho de 1815 aos lordes do Almirantado:
   “My Lords – Desejo que Vossas Senhorias tenham a bondade de comunicar ao Contra Almirante Sir George Cockburn uma cópia do memorial seguinte, que lhe há de servir de instrução para dirigir o seu comportamento enquanto o General Bonaparte estiver a seu cuidado. Quando o general Bonaparte sair do Bellerophon para ir a bordo do Northumberland será o momento mais próprio para o Almirante Cockburn examinar os efeitos que Bonaparte leva consigo. O Almirante deixará toda a bagagem, vinho e provisões que o General leva consigo passar para bordo do Northumberland. Na bagagem se entenderá incluído o serviço de mesa, salvo se for tão considerável que lhe pareça mais um artigo para ser converter em dinheiro corrente de que para o uso real. O seu dinheiro, diamantes e efeitos preciosos (conseguintemente também letras de câmbio) de qualquer natureza que sejam lhe serão retirados. O Almirante declarará ao General que o Governo Inglês de nenhuma sorte pretende confiscar sua propriedade, mas simplesmente tomar a si a administração dos seus efeitos, para que ele os não empregue como meios de promover a sua fuga”.
   Foi mais ou menos o que o juiz Sergio Moro fez com Lula, mais de 200 anos depois, embora ele não tenha diamantes nem "efeitos preciosos". Tirou os 9 milhões que ele tinha na poupança – uma merreca para quem passou oito anos na Presidência da República ganhando salário sem ter nenhuma despesa, basta fazer uma conta de multiplicar – e os 600 mil no banco, talvez para impedir não que fugisse, como no caso de Napoleão, mas que se locomovesse.
   Tirar o patrimônio de quem foi destronado – como Napoleão e Lula – é prática tradicional dos vitoriosos nas guerras, mais uma prova de que o que a Lava Jato promove é uma guerra contra o PT e não a Justiça e que Moro tem lado.
   Last but not least: o memorial inglês revela que Napoleão também gostava de um bom vinho.

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