Marcio Sotelo: “Moro participou conscientemente do golpe”

Escrito por Miguel do Rosário 
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1ª etapa da luta: a consciência do golpe vai se consolidando
O Cafezinho Spoiler de hoje traz trecho de um artigo de Márcio Sotelo Felippe, procurador do Estado de São Paulo, ex-procurador geral de SP (95 a 2000), um intelectual pós-graduado em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP. Ele faz uma denúncia grave, que precisa ser disseminada no Brasil e lá fora. Que ela venha à tôna pelas mãos de uma pessoa como Sotelo constitui uma discreta, mas significativa vitória. É a primeira etapa da luta: a consciência de que houve um golpe e como se deu esse golpe, forma-se, consolida-se, verbaliza-se.
“Moro participou, consciente, deliberadamente, do golpe do impeachment. A divulgação do áudio da conversa entre Lula e Dilma ilegalmente, entregue para a Rede Globo no dia imediatamente anterior à posse de Lula como ministro, não podia ter outro objetivo.
Importa, sobretudo, concluir que não estamos mais em uma democracia. O que temos, com os preparativos e a consumação do impeachment, é uma ditadura de novo tipo, que preserva enganosamente as instituições políticas e jurídicas clássicas do Estado liberal e democrático, mas esvazia-as do real conteúdo democrático (o que o jurista e magistrado Rubens Casara vem denominando pós-democracia). Nesta ditadura de novo tipo, o que antes se fazia pela força das armas e pela violência para destruir o adversário político agora se faz pelo lawfare. Nisto, o Judiciário, que nas antigas ditaduras tinha um papel acessório, de coadjuvante, torna-se o protagonista da violência estatal ilegítima. Antes era um soldado ou policial que na calada da noite destruía o cidadão. Agora é uma sentença à luz do dia.”


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